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2012 - Livro Vermelho 2013

Rudgea parquioides subsp. hirsutissima Zappi EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 05-04-2012

Criterio: A2ce;B1ab(iii)+2ab(iii)

Avaliador:

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie arbustiva da Floresta Ombrófila Mista, tem distribuição restrita com EOO de 1.409 km² e AOO de 12 km², até 1300 m de altitude. Está sujeita a três situações de ameaça. As coletas ocorreram somentenas décadas de 1970 e 1980. Seu habitat tem histórico de supressão, hoje reduzido a remanescentes que ocupam de 1 a 6% da área original. Suspeita-se que houve declínio populacional em ao menos 50% da população em 10 anos, por perda de habitat e por competição com espécies invasoras.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Rudgea parquioides subsp. hirsutissima Zappi;

Família: Rubiaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita em Kew Bulletin 58(3):513-596. 2003. Difere-se da subespécie típica por apresentar a corola com indumento mais denso, semlhante a R. vellerea e R. coriacea, sua inflorescência é mais compacta e apresenta até 12 flores em três níveis de ramificações secundárias, diferindo de R. parquioides subsp. caprifolium, cujas flores são sésseis (Zappi, 2003; 2007).

Distribuição

Endêmica do Brasil; ocorre nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina (Zappi, 2003; 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por subarbustos de até 1,2 m de altura (Zappi, 2003); coletada com flores de Outubro a Novembro (Zappi, 2007).Ocorre em Floresta Ombrófila Mista (Zappi et al., 2009); em Matas de Planalto (Zappi, 2003) e Matas de ltitude (Zappi, 2007).

Ameaças

1.3.3.2 Selective logging
Incidência national
Severidade very high
Detalhes No Brasil, a área original de Floresta Ombrófila Mista(Floresta de Araucária), era de aproximadamente 200.000 a 250.000 km²,ocorrendo com maior intensidade nos Estados do Paraná (40%), Santa Catarina(31%), Rio Grande do Sul (25%), apresentando manchas esparsas no sul de SãoPaulo (3%), internando-se até o sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro (1%). Estaformação vegetacional, típica da região sul do Brasil, abriga componentes arbóreosde elevado valor comercial, como a Araucaria angustifolia (pinheiro) e Ocotea porosa (imbuia), por isso esta floresta foi alvo de intensoprocesso de exploração predatório. Atualmente os remanescentes florestais nãoperfazem mais do que 1% da área original, e suas espécies arbóreas estãorelacionadas na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas deextinção. A Floresta Ombrófila Mista teve significativa importância nohistórico de ocupação da região sul, não somente pela extensão territorial queocupava, mas principalmente pelo valor econômico que representou durante quaseum século. No entanto, a intensidade da exploração madeireira, desmatamentos equeimadas, substituição da vegetação por pastagens, agricultura,reflorestamentos homogêneos com espécies exóticas e a ampliação das zonasurbanas no sul do Brasil, iniciados nos primeiros anos do século XX, provocaramuma dramática redução da área das florestas originais na região (Medeiros et al., 2005).

1.4 Infrastructure development
Incidência national
Severidade very high
Detalhes AMata Atlântica de altitude, vem sofrendo um intenso processo de destruição devidoao corte de madeira, cultivo de peixes e pela ocupação humana desordenada,apenas 1% a 6% desta área original (1,2 milhões Km²) persistem até hoje emmosaicos de fragmentos isolados (Costa; Lima, 2005).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Aespécie consta no anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de2008 (MMA 2008) sendo considerada uma espécie com "Dados Deficientes" (DD) paraa avaliação de risco de extinção.

Referências

- ZAPPI, D. Revision of Rudgea (Rubiaceae) in Southeastern and Southern Brazil., Kew Bulletin, v.58, p.513-596, 2003.

- ZAPPI, D. Rudgea in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB039309>.

- MEDEIROS, J.D.; SAVI, M.; BRITO, B.F.A. Seleção de áreas para a criação de Unidades de Conservação na Floresta Ombrófila Mista., Biotemas, Universidade Federal de Santa Catarina, v.18, p.33-50, 2005.

- COSTA, D.P.; LIMA, F.M. Moss diversity in the tropical rainforests of Rio de Janeiro, southeastern Brazil., Revista Brasileira de Botânica, v.28, p.671-685, 2005.

- ZAPPI, D. Rudgea (Rubiaceae). In: MELHEM, T.S.; WANDERLEY, M.G.L.; MARTINS, S.E.; JUNG-MENDAÇOLLI, S.L.; SHEPHERD, G.J.; KIRIZAWA, M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP, p.419-429, 2007.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- ZAPPI, D. Rubiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.449-461, 2009.

Como citar

CNCFlora. Rudgea parquioides subsp. hirsutissima in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Rudgea parquioides subsp. hirsutissima>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 05/04/2012 - 20:56:26